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A história do município de Linhares, no norte do Espírito Santo, se inicia com a fundação de um povoado em 1800, logo destruído pelos índios Botocudos, conhecidos por resistir ferozmente à invasão dos colonizadores brancos, que, com o tempo, acabariam por dizimá-los totalmente. Alguns anos depois, a povoação foi reerguida no mesmo local, às margens do Rio Doce, com objetivo de fiscalizar o tráfico de ouro, e em torno de uma praça, que ainda conserva sua forma quadrada original, onde os indígenas antigamente dançavam e cantavam. Seu nome homenageia Dom Rodrigo de Souza Coutinho, o Conde de Linhares e, em 1833, o povoado foi elevado à categoria de vila.

Apelidada de “cidade das águas”, por concentrar 84% do total de água doce do Espírito Santo, Linhares é o município com maior extensão territorial e litorânea do estado, além de abrigar 90 lagoas, número recorde na América Latina. Entre elas estão a Lagoa Juparanã e a Lagoa das Palmas, respectivamente a maior e a mais profunda do Brasil. Seus numerosos rios cortam santuários naturais, florestas preservadas e um dos maiores resquícios da Mata Atlântica do Brasil, abrangendo a Floresta Nacional de Goytacazes, a Reserva Biológica de Comboios, a Reserva Biológica de Sooretama e a Reserva Natural Vale, a maior área particular desse gênero no País. Nesses locais, são facilmente avistados macacos, antas, tamanduás e grande número de aves vivendo em total liberdade, além de cachoeiras cercadas por bromélias e orquídeas.

Com seus mais de 100 km de litoral, em Linhares as águas do Rio Doce se despejam no Oceano Atlântico. Ali, na Vila de Regência, foi instalada uma unidade do Projeto TAMAR, por ser local de reprodução de tartarugas marinhas, especialmente a espécie gigante. E a Praia de Barra Seca se destaca pela prática do naturismo.

Nessa região, em 1887, um pescador conhecido como Caboclo Bernardo foi responsável pelo salvamento de cerca de 130 náufragos do navio Imperial Marinheiro, tendo sido reconhecido como herói ao ser condecorado pela Princesa Isabel. Até hoje, sua memória é celebrada por várias bandas regionais de congo, na primeira semana de junho, durante a “Festa do Caboclo Bernardo”.

Como curiosidade, os índios tupi da região onde hoje se situa Vitória, se referiam a suas plantações de milho e mandioca como “kopi’xawa”, razão pela qual os colonizadores passaram a chamá-los de “capixabas”, denominação que acabou por se estender a todos os naturais do estado (também chamados de espírito-santenses).

Dando sequência ao nosso Calendário CAFIB 2024, iniciado em Formiga (MG) no dia 5 de maio, mostra julgada por Mariana Campbell e Elizabete Sayuri Hino, essa mesma dupla de juízas, agora no dia 23 de junho, voltou a julgar a 1ª Análise de Fenótipo e Temperamento e 1ª Exposição do Fila Brasileiro CAFIB em Linhares (ES). Mariana julgou as fêmeas e Bete, os machos. O evento foi realizado no Sítio Duas Anas, de propriedade do casal Paulo Serra (médico veterinário) e Luciana Durão, local que também abriga uma escola de equitação, um pequeno parque zoológico e um centro de vivência e reabilitação fisioterapêutica.

Foram analisados 7 cães, sendo todos aprovados. E a Exposição, que contou com 40 exemplares, teve como principais premiações os mineiros:

MELHOR MACHO: Escobar Recanto do Livramento, de Leonardo Monteiro (Cordisburgo, MG)

MELHOR FÊMEA: Orquídea Jardim da Lapa, de Marcos Abrão Borges de Melo (Governador Valadares, MG)

MELHOR CABEÇA: Baruk IV da Santa Luzia, de William Dutra Reis (Governador Valadares, MG)

MELHOR TEMPERAMENTO: Trovão Jardim da Lapa, de Marcos Abrão Borges de Melo (Governador Valadares, MG)

Do Espírito Santo, contamos com a presença de criadores, expositores, participantes e entusiastas vindos de Colatina, Linhares, Rio Bananal, Vila Velha e Vitória; de Goiás, vindos de Aparecida de Goiânia e Goiânia; os de Minas Gerais, vieram de Belo Horizonte, Conselheiro Pena, Cordisburgo, Governador Valadares, Ipatinga, Manhumirim e Muriaé; os de São Paulo vieram de Guarulhos e da capital paulista; e contamos ainda com uma participação norte-americana vinda da cidade de Philadelphia, no estado da Pennsylvania.

O organizador da mostra foi Fernando Durão Duarte Vilela, titular do Canil FD Recanto das Palmeiras, cuja irmã, Priscila Durão Duarte Vilela, encarregou-se das fotografias. E agradecemos também à sua mãe, Maria da Penha Durão de Almeida, à secretária Déborah Azevedo Andrade, ao auxiliar de pista Cláudio Rufino, ao cobaia Haroldo Audrey Rhodson Alves Santos Mosqueira e os patrocinadores:

Prefeitura Municipal de Linhares,
Secretaria de Esporte e Lazer (secretário Fabiano Eller),
GB Agropet (Gil Duarte Vilela Jr.),
Rações FVO,
Líder Embryo – Assistência Técnica e Reprodução Animal,
RA Pessotti – Locações de Munck,
Marotocred,
Açougue Primor,
São Brás – Materiais de Construção,
Canil Fox Atakama – Terrier Brasileiro.

Outra curiosidade do nosso evento é que, segundo seu organizador, Fernando Durão Duarte Vilela, esta foi a primeira exposição do CAFIB julgada por mulheres, no Espírito Santo, desde 1978.

Nossa próxima mostra será a 117ª Exposição Nacional do Fila Brasileiro do CAFIB e 36ª Exposição do Fila Brasileiro CAFIB de Guaratinguetá, marcada para 4 de agosto de 2024, no tradicional Recinto de Exposições Manoel Soares de Azevedo. Os juízes serão Jonas Tadeu Iacovantuono e Fabiano Gonçalves Nunes.